Crônicas da varanda 303
15 de setembro
Da varanda do 303, observo na paisagem nublada alguns prédios e um questionamento surge em meus pensamentos: Quantas pessoas moram naquele prédio, geralmente esses prédios mais comuns tem no mínimo 8 apartamentos por andar, sendo 16 andares se levarmos em conta que hoje em dia as famílias são pequenas o número de morador por apartamento varia entre 1 a 3 pessoas no máximo, são duas torres semelhantes no mesmo condomínio. Sei lá quantas pessoas moram lá, são milhares de edifícios espalhados por essa região que cresceu muito verticalmente.
O dia continua nublado, um ventinho gostoso anuncia uma chuva fina e gelada, algumas gotas já molham o meu rosto, um cheiro de mato misturado com poeira, uma chuva abençoada, uma vez que o Brasil estava em chamas até ontem, resultado de um calor imenso e vários meses sem uma chuva decente, portanto ela é muito bem-vinda.Apesar do crescimento vertiginoso, a região aqui é muito bonita, tem um lago e um aterro com várias atividades esportivas para lazer para a comunidade que mora em torno. Da minha varanda posso ver as copas das árvores e todo seu colorido nos dias ensolarados, porém hoje está nublado.
Outrora, era um gleba cercada de milhares de árvores e um lago, hoje uma gleba de milhares de edifícios e algumas árvores e felizmente um lindo lago todo urbanizado e preservado.
O céu permanece nublado e a chuva se intensifica, ao longe vejo um avião que passa bem próximo a torre do edifício que eu observo, logo em seguida outro que segue a mesma rota passa rente as duas torres, rumo ao aeroporto da minha linda cidade.
Eis que uma triste lembrança surge da minha memória, uma tristeza que abalou o mundo 11 de setembro de 2001, em torno de 3 mil de pessoas perderam suas vidas, com dois aviões que colidiram com uma rota intecional, levou milhares de pessoas para morte, a chuva se intensifica e eu me lembro das lágrimas derramadas pela população mundial, um suspiro brota do meu peito, graças a Deus que é 15 de setembro de 2024.
Sinceramente gostaria de não ter vivenciado e gravado esta triste lembrança na minha memória, pois ela mostra que a vida é tão frágil quando o ser humano se desumaniza ao dar mais valor ao jogo de poder do que ao ser.
Realmente relembrar é sofrer duas vezes, o ambiente afeta nossas emoções, o dia nublado deixou meu coração triste. Bora, agradecer a chuva e mudar essa vibração.
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